sexta-feira, 26 de março de 2010

Pequena Análise de O Alienista de Machado de Assis

Comentário acerca da crítica tecida por Machado de Assis ao cientificismo/positivismo em O Alienista:

O Alienista trata do tema da loucura, abordada ironicamente. A crítica machadiana é voltada para o misticismo, o Romantismo, a sociedade, entre outros. De certa forma, temos também uma crítica ao próprio Positivismo. Vejamos: Simão Bacamarte almeja descobrir a fronteira entre a razão e a loucura, e com isso deseja ser o homem mais importante de Itaguaí, alcançando a glória. No entanto, suas ações acabam provocando o terror na referida cidade. Como sabemos, Simão era o “dono da razão”, por ser um médico cientista e ninguém ousava desafiar o poder do conhecimento. Eis a influência do cientificismo na obra. Itaguaí é uma cidade interiorana, dominada pelo misticismo, onde Simão tenta impor sua ciência, alegando querer curar as patologias cerebrais das pessoas. Suas experiências inicialmente fogem do controle, mas isso não o impede de se reerguer, desenvolvendo novas teorias. Aqui, temos uma crítica ao próprio cientificismo, porque o conhecimento científico de Simão é limitado e acaba gerando uma série de conflitos.

Simão alegava que a razão é o estado de equilíbrio perfeito da consciência e o resto é insânia. Depois argumenta que o desequilíbrio mental está presente em todas as pessoas, sendo que está latente em algumas. A partir daqui, o equilíbrio é considerado anormal e o oposto é considerado por ele normal. Por último, Simão descobre ser o único com estado consciente racional e perfeito e se declara “doido”. Para Simão, portanto, as pessoas eram apenas objeto de estudo da ciência, nada mais. Isso o levou a um conflito entre a razão e a loucura. No capítulo V, temos este fragmento: “Positivamente o terror”. Esse fragmento deixa implícito que o cientificismo/positivismo causava terror às pessoas por se tratar de algo que batia de frente com as ideologias religiosas principalmente.

Simão cria o “reinado da razão” e foi vítima do próprio conhecimento (cap. XIII). Ironicamente, Machado de Assis cria um contexto que chega a ser sarcástico. No capítulo X, Simão fala: “O terror também é pai da loucura”. Se a ciência também causava o terror, então Simão era culpado pelos supostos alienados.
Por Max Moreira

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