quinta-feira, 15 de setembro de 2016

[RESENHA] Adeus ao Trabalho? Ensaio Sobre as Metamorfoses e a Centralidade do Mundo do Trabalho


Em seu livro, Adeus ao Trabalho?: Ensaio Sobre as Metamorfoses e a Centralidade do Mundo do Trabalho, Ricardo Antunes apresenta um debate riquíssimo sobre a importância do trabalho, mostrando alguns elementos que evidenciam os problemas vivenciados pelo mundo do trabalho, na tentativa de encontrar uma saída para a chamada crise da “sociedade do trabalho”. 
O livro Adeus ao Trabalho?: Ensaio Sobre as Metamorfoses e a Centralidade do Mundo do Trabalho, está dividido em quatro partes, assim denominado: (1) Fordismo, Toyotismo e Acumulação Flexível; (2) As Metamorfoses no Mundo do Trabalho; (3) Dimensões da Crise Contemporânea do Sindicalismo: Impasses e Desafios; (4) Qual Crise da Sociedade do Trabalho. O objetivo principal é oferecer algumas indicações relacionadas às questões que dizem respeito às transformações em curso no mundo do trabalho.
A Primeira Parte – “Fordismo, Toyotismo e Acumulação Flexível” – trata das transformações vivenciadas pelo mundo do trabalho, e, a necessidade do capitalismo de adequar-se as mudanças ocorridas no mercado produtivo. RICARDO aponta as consequências acarretadas pelos “processos de trabalho”, dando ênfase ao Fordismo e ao Toyotismo, que causaram grande impacto na organização capitalista da sociedade, além de colocar em discussão as experiências da chamada Acumulação Flexível, cuja tese é oferecida por Harvey, e analisa o significado e os contornos das transformações sofridas pelo capitalismo. Essas transformações afetam diretamente o universo operário, na medida em que o desemprego torna-se resultado da crise do capitalismo.
A Segunda Parte – “As Metamorfoses no Mundo do Trabalho” – mostra como a organização capitalista da sociedade adquire novas estruturas diante uma serie de tendências processuais no mundo do trabalho. RICARDO enfatiza a “sociedade de serviços”, cujo crescimento relativamente absoluto, caracterizou o desenvolvimento das sociedades ocidentais altamente industrializadas. A partir de reflexões marxistas, o autor deixa claro que enquanto existir o modo de produção capitalista, não pode haver a eliminação do trabalho. O autor também salienta a incorporação do trabalho feminino no mundo produtivo, além da expressiva expansão e ampliação da classe trabalhadora, através do assalariamento do setor de serviços.
A Terceira Parte – “Dimensões da Crise Contemporânea do Sindicalismo: Impasses e Desafios” – diz respeito à crise contemporânea dos sindicatos, onde a relação entre o número de sindicalizados e a população assalariada, tem decrescido, aumentando o abismo social no interior da própria classe trabalhadora. Consequentemente, essas transformações no âmbito sindical, afetaram também as ações e práticas de greves, atingindo fortemente o movimento sindical. Em vista disso, destaca-se maior expressão dos movimentos sindicais alternativos, que questionam as ações eminentemente “defensivas”, praticadas pelo sindicalismo tradicional, que se limita à ação dentro da Ordem.     
A Quarta Parte – “Qual Crise da Sociedade do Trabalho?” – RICARDO aponta algumas “teses”, de modo a oferecer conclusões relacionadas aos temas desenvolvidos ao longo do livro. São oferecidas cinco teses a serem discutidas. Destacam-se as reflexões teóricas acerca da questão atual da distinção marxiana entre “trabalho abstrato” e “trabalho concreto”, entre outras.
Diante do caráter mundializado e globalizado do capital, é necessário assimilar as peculiaridades e características presentes nos confrontos entre as classes sociais. O sindicalismo, enquanto organismo representativo dos trabalhadores, deverá ser capaz de impedir o seu desaparecimento diante dos inúmeros desafios, mas o caminho trilhado é, por certo, desgastante.
Este livro é recomendado para os profissionais de administração, ciências contábeis e economia, pois expõe os “processos produtivos de trabalho”, a fim de percebermos como funciona a evolução do capitalismo, em busca de caminhos constritivos para superar um problema de difícil solução: a crise trabalhista. 


REFERÊNCIA:

ANTUNES, Ricardo. Adeus ao trabalho?: ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. 9ª edição. São Paulo: Cortez; Campinas, SP: Editora da Universidade Estadual de Campinas, 2003.


Resenhado por Elizeu de Andrade

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