terça-feira, 27 de abril de 2021

Pequena Análise do Romance Lucíola de José de Alencar

            

        

        O romance “Lucíola”, de José de Alencar, encontra-se no conjunto de obras do romance urbano. Trata-se de um romance narrado em primeira pessoa por meio do personagem Paulo, que conta a sua história de amor com Lúcia ocorrida na cidade do Rio de Janeiro, em meados do século XIX, num ambiente marcado pelo luxo, hipocrisia social e luxúria.

A obra gira em torno de um conflito amoroso vivido entre os personagens Paulo e Lúcia. Ambos se amam, mas vivem um jogo de aproximação e afastamento. Este conflito se dá através do confronto destes com a sociedade, uma vez que Lúcia era uma refinada prostituta. Uma das críticas levantadas no livro é a questão das convenções sociais impostas pela sociedade, que impede a realização de um amor que foge dos padrões sociais.

Traçando um perfil dos personagens, podemos observar a complexidade destes. Lúcia, uma mulher contraditória, coexiste nela uma personalidade ambígua, observada no contraste entre os nomes Lúcia, uma cortesã depravada, luxuriosa, cujo nome remete a Lúcifer, um anjo decaído, e, Maria da Glória, uma criatura angelical, que se acha indigna de ser amada por Paulo, um jovem pernambucano que chega ao Rio de Janeiro para tentar se estabilizar. Ele possui um comportamento paradoxal, compreensivo e intransigente. Ora deseja Lúcia, ora respeita, vê nela uma prostituta, mas também uma mulher angelical.  Na obra, encontramos características românticas como o subjetivismo, marcado pelo individualismo dos personagens, que lutam pelo seu amor em oposição à sociedade.

Muitos dos comportamentos de Lúcia e Paulo são determinados pelo sentimentalismo. Toda a temática está focada na exaltação do amor como forma de purificação, que transforma uma prostituta em uma mulher virtuosa. Durante a trajetória de Lúcia, Paulo vai rompendo aos poucos a barreira que a impede de ser feliz e a relação entre os dois ganha um patamar sublime. Lúcia não se acha digna de casar-se com Paulo, chegando ao ponto de pedi-lo que se case com sua irmã Ana. Lúcia acaba por revelar ao seu amado sua triste história. Lúcia sacrificou sua inocência para salvar sua família. Paulo a admira mais ainda, pois ela conservou a pureza da alma acima de tudo. Paulo passa a vê-la com outros olhos, enxergando nela a pureza dos anjos.

A estética romântica coexiste com a obra de forma desarmoniosa, tendo em vista que Lúcia é uma cortesã, o que foge da idealização romântica de heroína. No entanto, o romance “Lucíola” ainda deve ser considerado uma obra romântica porque a heroína Lúcia ainda é uma personagem idealizada. Ao longo da narrativa, notamos a sua transformação de mulher fatal e luxuriosa em uma mulher angelical, doce, insegura e apaixonada, o que corresponde ao ideal romântico da heroína. 

Lúcia morre devido a um aborto e, no seu leito de morte, Paulo lhe promete que cuidará de Ana até que ela se case.  Lúcia encontra na morte sua redenção e salvação, uma vez que ela sofria uma autopunição, movida por um sentimento de culpa incessante, e por não acreditar ser completamente digna de perdão, elevando, enfim, à alma em detrimento dos pecados da carne.


BIBLIOGRAFIA:

ALENCAR, José de. Lucíola.  São Paulo: Martin Claret, 2007.



Por Max Moreira


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