terça-feira, 12 de outubro de 2010

[RESUMO INFORMATIVO] O FRACASSO DA / NA ESCOLA

SOARES, Magda Becker. Linguagem e escola: uma perspectiva social. 2ªed. São Paulo: Ática, 1986. p. 8 -17.

A escola pública é, na verdade, uma conquista das camadas populares em sua luta pela democratização do conhecimento. No entanto, a repetência (não- aprendizagem) e a evasão (abandono da escola), são fatores que provam que a escola é antes contra o povo que para o povo. Esse absurdo tem sido explicado através de três ideologias distintas: A ideologia do dom, a ideologia da deficiência cultural e a ideologia das diferenças culturais.

A ideologia do dom afirma que o sucesso ou o fracasso do aluno depende exclusivamente dele e a escola não seria a responsável pelo seu fracasso, pois ela oferece igualdade de oportunidades e o bom aproveitamento dessas oportunidades dependerá do dom de cada um. Não é, portanto, a escola que se volta contra o povo, e sim, é este que se volta contra a escola, por incapacidade de responder de forma adequada às oportunidades oferecidas que lhe são oferecidas. A escola seria, sim, responsável pelo tratamento desigual às camadas populares.

A ideologia da deficiência cultural afirma então que, o fracasso do aluno é conseqüência das desigualdades sociais, responsáveis pelas diferenças de rendimento dos alunos na escola, ou seja, pelas dificuldades de aprendizagem. Deste modo, as formas de socialização no contexto social não permitem o desenvolvimento das crianças das camadas populares. Como conseqüência dessas desvantagens, a criança apresentaria deficiências afetivas, cognitivas e lingüísticas, responsáveis por sua incapacidade de aprender e por seu fracasso escolar.

A ideologia das diferenças culturais defende que o aluno sofre um processo de marginalização cultural e fracassa, não por deficiências intelectuais ou culturais, mas porque é diferente. Nesse caso, a responsabilidade pelo fracasso escolar dos alunos provenientes das camadas populares cabe à escola, que trata de forma discriminativa a diversidade cultural transformando diferença em deficiência.

Nesse quadro de confrontos culturais, a linguagem é um fator relevante nas explicações do fracasso escolar das camadas populares, pois o uso da língua na escola evidencia as diferenças entre grupos sociais, o que acaba gerando discriminações e fracasso. O uso de variantes lingüísticos ditos “errados” provoca preconceitos lingüísticos, levando a dificuldades de aprendizagem. Infelizmente, a escola usa e quer ver usada unicamente a variante-padrão socialmente prestigiada.

Por Max Moreira

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